O descarte ilegal de resíduos provenientes de caminhões limpa-fossa em águas e solo representa um grave problema ambiental, social e de saúde pública. Infelizmente alguns profissionais do ramo acabam por realizar o descarte em locais totalmente irregulares, visando principalmente uma economia individual que acaba trazendo um prejuízo ambiental e de saúde enormes.
O descarte irregular em corpos d'água como rios, lagos ou córregos pode causar a proliferação de microrganismos patogênicos, como bactérias, vírus e parasitas. O aumento de matéria orgânica nos corpos d'água leva à eutrofização, promovendo o crescimento excessivo de algas, que consomem o oxigênio e prejudicam a fauna aquática. A contaminação impacta negativamente o uso da água para consumo humano, pesca, lazer e irrigação.
Nas águas subterrâneas, a infiltração de resíduos no solo pode atingir os lençóis freáticos, contaminando fontes de água utilizadas para abastecimento humano, o que é especialmente crítico em áreas rurais.
No caso do descarte desse tipo de resíduo no solo, os patógenos podem contaminá-lo, tornando-o insalubre e dificultando atividades como agricultura e construção. O excesso de nitrogênio e fósforo pode alterar o equilíbrio químico do solo, reduzindo sua fertilidade a longo prazo, e os compostos químicos tóxicos como desinfetantes e detergentes, que podem estar presentes no resíduo impactam negativamente a microbiota natural do solo.
Em relação a saúde e o bem estar da população, o contato direto ou indireto com resíduos descartados de forma inadequada pode causar doenças gastrointestinais, como diarreia e infecções parasitárias. O resíduo pode conter patógenos da Hepatite A, leptospirose e outras enfermidades causadas por microrganismos que podem levar a graves complicações caso não sejam tratados a tempo. Também os gases tóxicos liberados, como metano e sulfeto de hidrogênio, podem provocar problema respiratórios.
Os resíduos necessitam ser descarteados em estações de tratamento de esgoto licenciadas, além do que é necessário haver o monitoramento e fiscalização de empresas que operam com caminhões limpa-fossa, a implementação e rigor no cumprimento de leis ambientais que proíbam o descarte inadequado, a aplicação de multas e sanções para infratores e a sensibilização da população para que contrate empresas/profissionais responsáveis. Por fim, o combate a esse problema exige esforços conjuntos de autoridades, empresas e sociedade para proteger o meio ambiente e garantir a saúde pública.